domingo, 3 de junho de 2012

A autoria da morte


Alejandro Zambra (foto), autor de Bonsai, publicado no Brasil pela Cosac Naify, tem 36 anos e faz parte da nova geração de escritores chilenos. Ele vai participar da Festa Internacional de Paraty deste ano. A Ilustríssima, da Folha de S. Paulo deste domingo, trouxe uma entrevista com ele, em que fala do boom de novos escritores no Chile.

Boa parte dessa febre de literatura que o Chile vive agora é devido a dois escritores, o espanhol Enrique Vila-Matas e o chileno Roberto Bolaño. O fato é que quem gosta de literatura já leu, no mínimo, um ou dois livros desses senhores magistrais.

No Brasil, há também uma espécie de renovação literária com jovens escritores do nível de Carola Saavedra, Tatiana Salém-Levy, Wesley Peres e vários outros, que também beberam na fonte dessas figuras renovadoras. Bolaño morreu aos 50 anos, em 2003. Vila-Matas tem 64 anos e está vivíssimo.

O que me levou a postar este texto, na verdade, foi uma das respostas de Zambra sobre a influência de Bolaño em sua literatura.

Para mim, Bolaño é como um irmão mais velho que chega em casa muito tarde da noite e começa a contar suas aventuras. E, ainda que você tenha vontade de viajar e experimentar essas mesmas aventuras, de algum modo você sabe que o que resta a você é ficar onde está, esgotar uma paisagem única, se aprofundar em algumas poucas ruas que você conhece de cor.

A obra dele me interessa muito, foi muito importante para mim. E não me diga que ele morreu, porque não vou acreditar em você.

Há quem diga, há quem venda e até force na cabeça de algumas pessoas a ideia de que a literatura está morrendo. Faço minhas – porque sou pobre de ideias ou porque realmente aproveito o momento – as palavras de Zambra, para tamanha provocação: não me diga que a literatura está morrendo porque não vou acreditar em você.

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